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você não precisa fazer TUDO agora: viva o processo com calma!

Lembro bem de um sábado em 2017, eu estava na aula da pós-graduação que fazia na época e observando meu professor falar com tanto entusiasmo, comentei com o colega ao lado que eu também queria muito dar aula e pensava em fazer um mestrado em breve.

Surpreendentemente ele me disse que também tinha esse desejo, mas que não era um plano imediato, era algo para o futuro… talvez na aposentadoria dele.

Eu o questionei sob a alegação de que ele não precisava esperar tanto para realizar um sonho, poderia fazê-lo isso agora e seria incrível! (eu estava toda empolgada, versão coach, tentando convencer aquela pessoa a ir embosca do seu sonho NA HORA).

E então,  dentro de toda sua calma peculiar, ele respondeu “mas se eu fizer tudo agora, o que eu vou fazer depois?”

Essa frase ficou na minha cabeça e já me levou a diversas reflexões, uma delas eu quero compartilhar hoje com vocês, que é sobre essa nossa necessidade de realizar tudo o quanto antes, rápido, sem perder tempo. A sociedade da produtividade e do capitalismo selvagem não nos deixa curtir o dolce far niente, o carpe diem… o ócio em bom e velho português.

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Quando você entra na internet o que vê é aquele monte de influenciador digital, na média do 30 anos, com casa, carro blindado, viagens extraordinárias, casamentos exuberantes, jóias, restaurantes badalados… isso nos causa tanto ansiedade como o mísero sentimento de comparação com o outro. Nesse ponto temos um perigo enorme de cairmos no consumismo, afundarmos nossos planos em dívidas e pior, desenvolver algum tipo de transtorno depressivo.

O mundo de hoje é tão acelerado, que com 25 anos ganhamos o que nossos pais levaram a vida inteira para ganhar. Viajamos e vivemos experiência maravilhosas que só um mundo livre e globalizado nos permite, contudo me pergunto se fazemos isso por nós ou pela foto que será postada. Em tempos de superexposição e redes sociais, não se surpreenda com a notícia de que há fila na subida do monte Everest. 

É ou não é a prova de que estamos querendo ter tudo agora e deixando nada para conquistar depois?

Ter sonhos, metas e planos é algo que acredito ser essencial para uma vida com sentido / propósito. Isso nos move e nos faz vencer desafios, que promove sentimentos de satisfação / competência / capacidade e mais um monte de coisas boas no nosso cérebro, nos levando a sermos de fato pessoas melhores e talvez, por não dizer, alta performance! O que me incomoda nessa excessiva busca por produtividade é que ela – e contrapartida – causa ansiedade, comparação e frustração.

não vamos, todos, ter mansões e carros blindados aos 30 anos. Não seremos mestres, empreendedores donos de Start-ups unicórnios ou mesmo ocupar cargos de C-level aos 30 e poucos anos… E TA TUDO BEM! Cada um tem seu fluxo, seu tempo e seu processo… cada um de nós vive da melhor maneira que puder, buscando seu desenvolvimento e conquistas dentro do cenário que o envolve e isso é o que faz a humanidade ser tão diversa, complexa e faz de nós seres humanos, racionais, superiores aos demais. Lidar com as diferenças é um trunfo nosso, não um demérito.

Confesso que hoje, pensando no que meu amigo me disse 2 anos atrás, consigo deixar o plano do mestrado em stand-by, esperando o momento certo. Esse momento certo envolve outros vários degraus, me ajuda a ter foco no agora e viver com alegria e gratidão o meu presente.

Presente, não só o momento que você vive hoje, mas também a graça de viver… é um presente diário acordar e poder agir em busca do que foi desenhado. Um dia de cada vez, um sonho e um objetivo. Feito isso, nada te impede de conquistar o mundo, só peço que avance com calma, planejamento e mantendo sua saude mental em dia.

A transformação do casulo em borboleta não se dá do dia pra noite… porque a nossa deveria?

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