Sucesso nos anos 2000, a calça cintura baixa promete disputar espaço com a cintura alta

Se você viveu os anos 2000 deve ter aí na sua memória alguma imagem marcante quanto ao tema desse post, a calça cintura baixa era peça onipresente nos looks das celebridades da época e fez sucesso com a juventude! Eu me lembro muito bem do dia em que tive a minha primeira jeans de cintura mega baixa, minha mãe – sábia e delicada como uma porcelana – disse “você vai é ficar com o corpo deformado de usar esse negócio apertado desse jeito com essa cintura baixa”. Dito e feito, assim nasceram os flancos!

E como temos falado bastante sobre moda, seus movimentos, suas releituras e etc, nada mais justo que falarmos dessa peça, que já tem sido apontada como “tendência” desde 2018.

Se no passado a regra era “quanto mais baixa e mais pele à mostra, melhor” hoje em dia a cintura baixa ganhou alguns centímetros de tecido, o cavalo da calça não é tão baixo e o charme é dar sensualidade ao look, não necessariamente aquele apelo sexual que a caixa super baixa tinha, como Britney e Christina Aguillera usavam.

De Sandy a Destinys’s Child, todo mundo deixava a barriga de fora!

Essa modelagem de calça tem os seus prós e contras, como tudo na vida, e como consultora de imagem a minha missão é te levar a refletir sobre a roupa e não apenas dizer SIM ou NÃO, sem pensar. E a primeira questão que devemos avaliar quanto a calça de cintura baixa, na sua antiga ou nova versão é que ela muda o equilíbrio da silhueta, já que alonga o tronco e diminui a perna. Isso pode ser muito positivo se o seu corpo tem pernas muito maiores que o tronco e você deseja equilibrar essa imagem. Porém, como no Brasil a maioria das mulheres não é super alta, é preciso atentar para que esse modelagem não te deixe achatada e com um visual desatualizado. Existem maneiras de usar a cintura baixa e ficar descolada!

Observem como a silhueta dela está quebrada já que o tricot ocupa peso visual bem maior que a calça e ainda tem um super contraste e quebra no encontro da calça com o coturno.

Então, com essa informação, você faz a sua escolha conscientemente ok? Ta tudo bem e é liberado não seguir o padrão ampulheta que nos foi ensinado como silhueta perfeita.

Apesar da skinny ser uma preferência, eu vejo que há um destaque para as modelagens mais largas e com uma identidade mas street, dando um toque de sensualidade e não sexualidade ao look. Lembrem que tudo o que cola mais no corpo chama pro sexy magnético, já quando as modelagens são mais soltas acabam trazendo leveza e descontração pro visual (falando de jeans, caso seja um tecido mais leve e fluido, você ficará elegante) que irá comunicar também jovialidade e sensualidade.

Percebem como o top também é maior e equilibra a barriga de fora? Essa é a leitura 2020 desse look. Comparado às primeiras fotos onde temos Britney e Christina, é uma boa mudança de proposta. Concordam? Eu tenho um chute!

Nos últimos anos entramos numa transição bem séria de momento histórico que vivemos, estamos no túnel da mudança de era (túnel porque entramos nele e estamos na metade do caminho,  defendo que ao final da pandemia teremos cruzado a linha) e um forte movimento conservador tem aparecido na moda. Aí você vai dizer que eu to maluca de falar isso quando o tema do texto é barriga de fora, e eu te respondo que ta tudo misturado!

A moda tem se prontificado a vestir todos os corpos, tribos e classes, e como a vida é feita de contrapontos e balanços, ao mesmo tempo em que a cultura underground ganha espaço e se destaca com músicas e artistas que falam da favela, da sexualidade explorada e suas lutas, vem esse desejo de construir a família tradicional brasileira, uma onda querendo segurar os movimentos de libertação feminina e um verdadeiro tsunami de romantismo renascentista, com babados, rendas, golas e mangas bufantes.

Isso chega e atinge a tendência da calça de cintura baixa subindo um tico esse cós e deixando a calça só sensual e não sexy, como já foi no passado. Entenderam? Ta tudo interligado… é um barato pensar em como a moda representa, mesmo em suas vertentes mais rebeldes, desejos sociais que são – nesse momento – conservadores.

Mas me conta aí, você vai adotar a calça cintura baixa ou já tinha migrado pra cintura alta de vez? Como você se sente mais bonita e com o corpo valorizado? Essa deve ser uma pergunta norteadora das suas escolhas de compra para que, enfim, sejamos as donas da bola nessa brincadeira toda de tendência e consumo.