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A técnica de coach sistêmico que pode te ajudar a resolver sua vida

Há 4 anos eu estava perdida, passava pelo encerramento da minha segunda empresa e não sabia o que fazer com a minha carreira. não queria voltar para o Direito. Na época, passei por um processo de coach e ouvi pela primeira vez o termo “constelação familiar”… minha coach disse que antes de resolver questões da carreira, precisaria olhar para dentro de mim, fez então uma montagem com bonecos e personagens da minha família, na mesma memo e sugestionamos alguns pontos. Não sabia, mas ali já seria meu primeiro contato com a constelação.

Lembro que saí impressionada com uma situação específica, mas ok, passou. Ao longo dos anos seguintes eu ouvia minha terapeuta falar, minha própria coach, amigas… de alguma forma o assunto nunca se afastou. Até que, finalmente, em 2019 depois de um ano intenso para todos, e onde eu me pus a aprender o valor da vulnerabilidade e virei seguidora de Brené Brown, participei pela primeira vez de uma sessão de constelação familiar. Foi algo tão intenso e transformador que eu preciso compartilhar. Levei algum tempo pensando como escrever esse texto de maneira didática, espero conseguir!

Primeiro é importante dizer como se origina e onde se fundamenta a constelação. O criador da constelação familiar é Bert Hellinger, um alemão formado inicialmente em teologia, foi padre e posteriormente estudou gestalt-terapia e psicanálise, criando a teoria da constelação em 1978 trabalhou ao longo dos anos desenvolvendo esse trabalho ao lado de sua esposa Sophie. Ele faleceu em 2019. Não há, entretanto, nada que comprove a ligação da constelação familiar com teorias religiosas de qualquer ordem, apesar da formação teológica de Hellinger.

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Resumidamente, a teoria da constelação acredita que nossos problemas atuais são consequência de “deformidades” na nossa estrutura familiar lá atrás e também de traumas que carregamos. Hellinger acredita que existem 3 leis que regem todos os relacionamentos humanos: pertencimento, equilíbrio e ordem e quando as leis são descumpridas, o sistema fica descompensado e naturalmente haverá uma tentativa de compensação na vida dos membros desse sistema, o que acarreta depressões, dificuldade nos relacionamentos e etc.

A constelação familiar pode ser feita como eu mencionei no início do texto, com bonecos em uma sessão individual, ou numa sessão coletiva com outras pessoas que estão ali para tratar suas questões e também participar da sua constelação. Então quando perguntam por que a constelação funciona, a resposta simples e objetiva é que funciona porque nos coloca de frente com nossos conflitos. Só assim, quando enxergamos o problema de frente, mas também pela visão do outro, é que conseguimos tomar decisões assertivas.

Chegando na sessão existe uma pessoa que conduz – que é o terapeuta sistêmico – a situação que você levou para resolver (não significa que você sai de lá com tudo resolvido ok? Mas MUITA coisa acontece após isso). Os demais participantes podem apenas assistir ou aceitar participar da sua “encenação” como os personagens da situação que você leva (eles não sabem quem são). Eu tanto participei como levei uma situação para tratar. Se você escolher a segunda opção, lembre sempre de se entregar ao processo, mergulhar de corpo e alma sem julgamentos naquela experiência.

Vou contar como foi comigo: 2019 foi o ano da negação mor de sentimentos, eu não aceitava me envolver com ninguém e estava numa autossabotagem sem fim, achando que me vingava dos homens mas na verdade me machucava cada vez que despendia meu tempo e energia com pessoas que não me emocionavam, não me davam frio na barriga e nem eu queria que desse, sabem? Então fui para a constelação a fim de resolver uma história de amor mal resolvida, essa é a verdade.

Minha coach – que é também terapeuta sistêmica – sabia que antes de eu me resolver com qualquer outro homem, precisava acertar os ponteiros com meu pai. Por isso minha constelação teve duas situações de uma vez só e foi tão impactante. Como eu disse ali em cima, o que vivemos hoje é consequência de atitudes do passado, meu sistema familiar foi quebrado e gerou relacionamentos noviços para a minha vida, já que meu pai e eu estamos separados em sistemas distintos onde um não pertence ao outro.

Na prática, e de maneira resumida, as pessoas que interpretam seus personagens dizem o que estão sentido naquele momento (se querem ficar longe ou perto, se querem dizer algo) e você também vai se movimentando e falando o que sente, daí surgem as emoções e então a terapeuta te encaminha para perguntas que ajudam a solucionar as questões. Eu enxerguei naquele momento que meu pai sofria mais do que eu e que não perdoa-lo fazia mais mal a minha vida do que a dele. Pronto! Passamos a situações 2 e, da mesma forma, eu entendi que não posso ter o controle das emoções e atitudes do outro, cabe a mim respeitar e ocupar o espaço que tenho naquele sistema.

Naquela noite eu voltei pra casa completamente perplexa pois as coisas ditas por pessoas que nunca me viram, só poderiam ser ditas pelos personagens que elas estavam interpretando. FOI MUITO FORTE! E lembro bem de ouvir minha coach dizer na hora da despedida: “espera que agora as coisas vão fluir, você jogou a pedra na água e agora a onda vai ressoar”. Chegando em casa meu telefone tocou e era o amor da minha vida <3. Juro.

O que posso dizer para você que lê esse texto é que não devemos menosprezar nenhuma ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, somos seres complexos e não é simples resolver nossas questões, especialmente quando envolve outra pessoa que é tão complexa quanto nós. Sair da zona de conforto e admitir uma fraqueza é sinal de maturidade e evolução, mas para além disso precisamos ter ATITUDE e muitas vezes somente com um profissional conseguiremos chegar aos resultados desejados (paz de espírito, relacionamentos mais saudáveis, sucesso na vida profissional e amorosa).

Viver achando que você é uma peça independente no quebra-cabeça da vida vai te levar a relações vazias, não duradouras, distanciamento e perda de pessoas que se importam e podem contribuir para sua evolução. Afinal, aquelas com quem passamos mais tempo e escolhemos para a vida toda, são as que mais nos desafiam e nos levam a maturidade.

Traga à consciência como seu sistema familiar se encontra, lembre-se das 3 leis do amor (equilíbrio, pertencimento e ordem) e veja o que pode fazer para honrar a constituição original dele, a história de cada um e viver melhor daqui pra frente. Se colocar na sua posição e sair do posto que alguém disse que você deveria ocupar já é um primeiro passo importante, e eu te digo que faz toda diferença do mundo!

Eu sei que esse post merece um vídeo, prometo que em breve vou trazer mais conteúdo respeito para vocês, mas por hoje eu desejo que você observe suas dificuldades e pense o que pode ter acontecido lá atrás… ainda que você não saiba, busque entender seu sistema familiar e resolva seus conflitos. A vida é mais simples quando nos conhecemos e sabemos como atacar nossas fraquezas.

 

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