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O termo “novo normal” já viveu polêmicas e caiu no uso comum das pessoas. Primeiro, quando ainda vivíamos a dor inicial do isolamento e convivência com a morte, esse termo parecia uma ofensa já que ninguém queria um novo, queríamos o nosso normal. Mas com o passar dos meses fomos aceitando que não existirá mais o que conhecemos de rotina e realidade, o novo normal tornou-se então o nosso presente, a nova realidade num mundo que vive sob o peso de uma pandemia e sonha com o fim dela.

E antes que eu fale sobre o que eu sinto falta no antigo normal a gente precisa trazer à consciência o fato de que não estávamos vivendo de uma maneira legal, paciente, humanizada… muito já se falava de comportamento humano, de era das pessoas e havia um verdadeiro clamor por transformações no modo de produzir riquezas no mundo. Mas por algum motivo, não estávamos escutando.

E uma verdade que eu tenho escutado sem parar desde o início da pandemia é que “o corona vírus acelerou todos os nossos processos evolutivos”. Tudo o que estava no plano das ideias se tornou realidade, tudo o que sabíamos sobre conduzir a vida, foi questionado e tivemos que (re) criar todos os nossos parâmetros.

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Hoje, 93 dias depois do início do meu isolamento (escrevo esse texto dia 19/6 e me isolei dia 16/3), me vejo mergulhada em questionamentos e reflexões, repensando o trabalho, a vida pessoal… tudo. Me vejo também imersa em pensamentos que mostram um valor completamente diferente a muitas coisas que eu já julgava estarem certas e definidas dentro de mim. Logo eu, que me considerava tratada em terapia e cheia de autoconhecimento, to aqui revendo tudo o que sabia sobre mim mesma.

O meu novo normal me empurrou para digitalizar os serviços que eu acreditava só saber fazer presencialmente, afinal eu AMO contato com pessoas. Porém, dentro dessa nova realidade, tudo foi revisitado e a consultoria logo foi adaptada para entregas digitais com tanta ou até mais qualidade que antes. O relacionamento com cliente não se perdeu e eu me joguei em uma paixão antiga, que é produzir conteúdo na internet. Hoje, como vocês sabem, o meu perfil no instagram tem conteúdo diário, às vezes 2x, e eu to lá de maneira mais próxima e pessoal para falar com vocês e muitas outras mulheres que podem ser beneficiadas pelos pilares que eu só fortaleci como crença: consultoria de imagem é autoestima e autoconhecimento para todas!

Mas enfim, falando do que eu sinto falta no antigo normal… sinto falta das pessoas. Isso é basicamente o que mais me dói. Sinto falta de quem se foi (perdemos pessoas da família e amigos próximos), sinto falta de quem está aqui do lado mas não pode receber um abraço, sinto falta de ir na casa das minhas clientes, dos colegas de trabalho no coworking. As pessoas sempre foram meu combustível para ter uma carreira, eu escolhi o Direito inicialmente porque queria ajudar pessoas, e eu larguei o Direito porque acreditava que com moda ajudaria mais às pessoas. Esse sempre foi meu maior ativo.

Sinto falta da sensação de liberdade ao correr na rua… vocês sabem que é meu hobby preferido, uma verdadeira terapia! Não ter esse momento só meu, em contato com meus pensamentos e limites, e ao final vê-los superados, me deixa frustrada. De certa forma, a atividade física me dava muita sensação de superação e hoje eu sei que ela tem uma função mais terapêutica do que de fato levar meu corpo a lugares ainda não alcançados.

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De modo geral eu não sinto falta de coisas… não tenho saudade nem do apartamento que moro, para terem uma ideia! Sou privilegiada o suficiente para ter ficado acomodada com mais conforto durante a quarentena, longe de SP. Mas uma coisa me fez falta: minhas roupas. Não ter todo meu acervo disponível me deu uma sensação estranha em alguns momentos, talvez por eu ter essa relação muito íntima com tudo o que tenho, já que são peças que eu pensei bastante antes de levar pra casa e de fato me geram uma sensação de bem estar, pertencimento, empoderamento e autoestima. Percebi o quanto a roupa exerce poder no meu humor e autoconfiança ao longo da quarentena.

Mas fora isso, não senti falta de nada material que ficou na minha casa em SP… meu coração está sempre doendo por pessoas e vivências que tenho perdido. Por isso é bastante desafiador ficar dentro de casa e seguir isolada, sem poder tocar e abraçar quem eu amo. Mas na tentativa diária de fazer desse período algo mais leve, me obrigo a pensar nas coisas boas que vivi e aprendi, e lembro que cada dia a mais dentro de casa é um dia a menos na contagem para sairmos em paz.

E você, sente mais saudade do que, naquilo que já chamamos de passado e “antigo normal”?

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