VESTIR É COMUNICAR

Lifestyle

Quando comecei a rabiscar o que seria uma carta para mim mesma achei que seria fácil. Ué, afinal eu sempre gostei tanto de escrever… sempre tive diários. Não teria motivos para ser difícil. Mas foi.

Termino esse artigo com aquela culpa que acompanha todo mundo que faz da escrita sua forma de comunicar: acho que falta algo… mas espero que você aí querida seguidora possa viajar no tempo comigo e refletir junto com meus aprendizados… vamos lá?

10 anos atrás era 2010 e eu tinha acabado de sair da faculdade de Direito. Naquele tempo eu tinha optado por parar de trabalhar e minha cabeça girava em torno do exame da Ordem e a entrega da monografia (que já estava atrasada). Fiquei o primeiro semestre em casa, me dedicando apenas aos estudos, mas uma hora cansei e quis voltar ao trabalho.

Foi aí que cumpri mais uma das minhas metas profissionais e entrei para o jurídico de um banco! Pois é, sempre tive essa ideia na cabeça e lá fiquei por quase 2 anos trabalhando com recuperação judicial de crédito. Era um trabalho muito analítico, cheio de planilhas e meta para bater. Pela primeira vez eu percebi que pressão não me fazia bem. Minha equipe era toda formada de jovens recém formados, tivemos um super entrosamento desde sempre e eu gostava de estar ali. O ambiente era agradável e tinha o “status” de trabalhar em um banco!

Com o tempo tivemos muitas mudanças na equipe e a atividade perdeu o foco jurídico e passou a ser apenas comercial, eram mais números, mais pressão e eu lidava o dia todo com um sistema contábil daqueles bem tradicionais, da tela preta em MS-DOS… kkkkcry (isso entrega que eu já to há mto tempo nesse mundo). Nesse período passei a me questionar e repensar o futuro da minha carreira… sempre amei me comunicar, queria ajudar pessoas… Porque estava aceitando passar minha vida usando zero do meu conhecimento jurídico numa atividade que não condizia com o que eu almejava?

163927 1272130100692 3452645 n

Graças a Deus tive uma mulher maravilhosa como líder (nem posso chamá-la de chefe porque há 10 anos atrás ela já era fora da curva) e com a sua autorização e incentivo, criei o blog. Durante o expediente debati o nome com meu amigo Bruno Gobetti, e num momento de ócio criativo no meio da tarde, peguei o domínio que na época ainda era noarmariodacarol.blogspot.com.br.

Descaradamente eu enviava o link para as 30 pessoas da minha equipe, usando meu e-mail corporativo… e tinha então, 30 acessos diários. Muito louco pensar que um dia eu cheguei a ter 10x mais que isso por dia!

Enfim… o blog me realizava! Era a melhor hora do dia, não importa que hora fosse aquela em que eu parava para escrever e falar de moda com o mundo. Fotografava meus looks no banheiro do trabalho, corria na 25 de março na hora do almoço para ver se tinha algum “achadinho” interessante para postar e assim foi por um ano e meio até a hora em que eu acabei fazendo uma transição de carreira enorme! Deixando a carreira jurídica para empreender.

Mudei porque não via sentido no que fazia, porque meu coração palpitava por falar com as pessoas e eu sabia que moda era muito mais do que combinar 2 peças de roupa antes de sair de casa. Eu sempre ACREDITEI que moda era ferramenta de comunicação, expressão e movimento social.

Estudei e aprendi muito também com a prática do empreendedorismo, vejo que a Carol de 10 anos atrás não sabia nada sobre gerir um negócio ou mesmo uma equipe… se tivesse chegado a cargos de liderança certamente passaria uns perrengues por não conhecer tudo o que conheço hoje sobre coach, inteligência emocional, gestão de conflitos empreendedorismo e tantas outras soft skills que a vida me deu.

Hoje não tenho um currículo recheado de títulos técnicos, mas um repertório lotado de leitura, palestras, workshops e treinamentos que me desenvolveram como ser humano e profissional.

Trabalhar o que eu acredito me faz acordar todos os dias e me motiva a seguir acreditando que sonhar vale a pena, que ser feliz é melhor do que ter status social e viver para agradar os outros.

Trabalhar com o que é meu propósito faz com que mesmo diante de todas as maiores dificuldades, lágrimas e ranger de dentes (devidamente controlado com uma placa para dormir), eu acorde no dia seguinte cheia de energia e certeza de que vou dominar o mundo! E dominar o mundo pode ser simplesmente uma pessoa me dizer que gostou do meu video, da minha Iive, que comprou algo que eu indiquei ou uma mulher me dizer que eu mudei a vida dela depois de ter feito sua otimização de guarda-roupa.

Então, se eu pudesse olhar para aquela Carol de 2010 e dizer algo para ela, diria para respirar fundo e confiar no seu coração… as pessoas não podem ser responsáveis pelo seu futuro, pare de esperar por tanta aprovação! Talvez eu dissesse também para ela se preparar e planejar melhor a transição de carreira e o primeiro empreendimento, teria evitado muita dor de cabeça.

Diria que o medo seria companheiro frequente, mas que nessas horas ela se apegasse ao que estava depositado lá no fundo do seu coração… ajudar pessoas. Empreendedorismo exige persistência e isso sempre tive de sobra.

Diria para aquela Carol que procurasse logo uma terapia para lhe ajudar no processo de amadurecimento… teria evitado tanto sofrimento saber lidar com as emoções aos 24 anos.

Diria para ela que a vida fica mais fácil quando a gente aceita que não tem controle de nada, que não podemos obrigar ninguém a nos amar e que ta tudo bem não ter uma vida de propaganda de margarina. Vida perfeita é aquela que nos deixa feliz. A sua vai ser assim, calma!

Diria que ela iria ser transformada e que seria lindo de ver o resultado… então apenas curta a jornada.

E diria que, apesar de todos os conselhos, as lutas que ela passaria seriam fundamentais para a construção da sua personalidade, amadurecimento, evolução… então na verdade, nada disso importaria porque o que nos transforma é VIVER e ela precisava passar por cada dia desses 10 anos para ser a mulher que se tornou hoje.

Olhando para trás vejo o quão orgulhosa devo ser da minha história… 10 anos atrás eu jamais imaginaria que a vid estaria como está. Jamais passaria pela minha cabeça que. nós estaríamos em uma pandemia. Contudo, ainda assim, estou vivendo parte de um sonho que mantive guardado por tantos anos no meu coração… Deus é bom o tempo todo e sou grata por estar aqui contando isso para vocês!

Bom domingo pessoal!

No responses yet

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Abrir conversa.
Olá em que posso te ajudar?