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Moda

Rihanna encerra atividades de sua marca

No mundo da moda tudo é efêmero por essência, e isso se estende a marcas que surgem e desaparecem o tempo todo.

O que surpreende – e motiva esse post – é o fechamento de uma marca que surge com 2 nomes de peso por trás, como foi o caso da Fenty Fashion e Grupo LVMH.

O fechamento da Fenty não é apenas uma prova de insucesso de um negócio (o que já corta meu coração porque sei bem como é frustrante criarmos algo que não dá certo), mas uma reflexão sobre estratégias de mercado e principalmente, de BRANDING e identificação correta da PERSONA.

rihanna fenty

Se você está por fora do linguajar do marketing, te explico: persona é um personagem que a gente cria quando traça a estratégia de venda de uma marca. É uma pessoa, aquela que você entende / deseja que compre seu produto. A minha persona por exemplo é mulher, tem 35 anos, usa um cabelo médio, ama looks casuais de jeans e blazer, tem uma carreira corporativa / empreende, tem filhos e quer parar de gastar dinheiro com roupas que não usa.

Meu público alvo é maior que isso, mas é necessário ter essa pessoa na cabeça, sabem? E eu acredito que nesse ponto houve um erro que ocasionou o fechamento da Fenty Fashion, porém uma outra questão que envolve mundo digital e mercado de luxo também compõe essa equação.

Rihanna encerra as atividades de sua marca, essa é a manchete que me perturba. Rihanna é um nome super forte, sua legião de fãs faz absolutamente tudo por ela, para seguir seus passos e fortalecer o que a cantora e empresária representa. Como explicar o fechamento da Fenty Fashion, nascida na era das redes e com o apoio de sua musa juntamente com um dos maiores conglomerados da moda, que é grupo LVMH?

fentyfashion rihanna

Quem? Grupo LVMH, te explico também: união de Moët Hennessy (da champagne Moet Chandon e Henessy, produtora de conhaque) com Louis Vuitton, são donos das maiores marcas de luxo do mundo, como Dior, Givenchy, Fendi, dentre outras. O que isso significa? Que um grupo desse porte não joga dinheiro no lixo, que eles não trabalham para massa e sim para exclusividade, e que estavam dispostos a fazer algo inovador já que foi a primeira marca do grupo criada do zero, que tinha como um dos objetivos realizar colabs com celebridades (por isso Rihanna era tão importante).

Acontece que em tempos de internet toda a produção de conteúdo possível ainda será pouca. Nesse cenário, Rihanna simplesmente não gravou nenhum álbum depois de 2016, tampouco aparece em seu instagram de forma pessoal para mostrar seu lifestyle interagindo com as marcas que levam seu nome.

Os fãs de Rihanna são, em sua maioria, um público das classes C e B, a exclusividade do valor de suas roupas não alcançava seus maiores entusiastas e o público a quem se destinava não vê a cantora como um nome da moda – ainda – a ponto de querer se vestir como ela.

Quem paga $7.000,00 em uma saia, vai comprar na Chanel, na Prada… marcas que possuem um DNA fashion, de luxo e status muito mais forte.

Entendo, por fim, que o grande problema dessa excessiva onda de private labels é que a celebridade por trás do produto cria algo para si e seus amigos, esquecendo que quem as colocou onde estão e consome de fato tudo o que fazem, são pessoas de classes sociais inferiores.

Sem contar que o canal de comunicação também é algo que o próprio mercado de luxo já tem questionado bastante. Redes sociais são importantes componentes no branding de uma marca, mas não necessariamente um lugar crucial para se conectar com seus clientes. Prova disso é a saída da Bottega Venetta do instagram, sem qualquer sinal que é só auê e vai voltar.

rihanna fentybeauty

O cliente do mercado de luxo está interessado em acompanhar um instagram que mostre o que, se o que o importa é a exclusividade do produto?

Complexa matemática que eu deixo para os especialistas, mas que na minha opinião de pessoa que está na internet e pensa em empreendedorismo há alguns anos, teve total impacto na decisão que causou o fechamento da Fenty.

Rihanna encerra as atividades de sua marca, mas segue sendo uma marca pessoal extremamente forte. O grupo optou por permanecer com o que tem funcionado: skincare, beleza e lingerie. Será que não é porque são, justamente, esses os produtos que conseguem chegar mais perto dos fãs e, consequentemente, levar a ideia de aspiração e inspiração a quem consome Rihanna?

Deixo aqui essa reflexão para você que está numa carreira corporativa ou empreendedora, porque quando entendemos o peso e o posicionamento de nossa marca pessoal, conversamos e nos conectamos com as pessoas certas, evitando desgastes, relações frustradas e perda de tempo.

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