VESTIR É COMUNICAR

Lifestyle-Moda

Ontem eu postei aqui um texto que fala da nossa relação com consumo durante a pandemia. Claramente a pirâmide de Maslow se faz confirmada quando vemos que os itens mais comprados são aqueles relacionados à saúde, bem-estar, sobrevivência…

Mas e quando isso acabar? Algumas cidades brasileiras já começam a liberar – aos poucos – a reabertura do comércio e com elas vamos iniciar essa nova era, onde o coletivo precisará ser tratado de maneira diferente, e estar em locais públicos exigirá atenção e cuidados especiais. Você que tem um negócio, ou consome varejo de moda, já pensou como será isso?

Padrões de higiene

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Uma das maiores mudanças a médio prazo que vamos notar vai ser a nova preocupação com limpeza e higiene. Os hábitos adquiridos para a prevenção do COVID-19, como o  uso constante de álcool gel, lavar  as mãos com mais frequência e até o uso de máscaras em lugares públicos, vão ser incorporados no dia a dia das pessoas, mesmo após o surto de contaminação passar. Para o mercado de moda, ainda não se sabe com exatidão por quanto tempo o vírus sobrevive em tecidos, mas sugere-se que chegue até 24 horas em fibras como o algodão. Pensando nisso, para que nós consumidoras e empreendedoras estejamos seguras dentro de uma loja, vou apontar algumas recomendações importantes para o mercado a partir de agora:

  • A equipe PRECISA estar de máscara, assim como os consumidores que entram na loja. Atualmente, essa é uma recomendação geral do governo, que deve ser respeitada;
  • Luvas e protetores de sapato também são recomendados, especialmente para a equipe manusear seus produtos. Uma ideia para empreendedoras é oferecer luvas e máscaras descartáveis para seus clientes – uma ação temporária que gerará mais lixo, porém, aumenta a proteção;
  • Tenha álcool gel 70% nos principais  pontos de contato da loja, como na entrada e no caixa, por exemplo; E se você é consumidora já sabe, álcool em gel na bolsa É LEI.
  • Menos peças expostas na loja, o que afeta diretamente o pessoal de visual merchandising. provavelmente veremos araras e vitrines reduzidas. Além disso, precisarão ser higienizadas frequentemente. Para vestuário, estudos mostram que o vírus não sobrevive a temperatura acima de 70ºC, então o uso de vaporizadores de roupa, equipamento comum nas lojas, é uma ótima ideia para fazer isso sem prejudicar a peça. Ainda, alguns especialistas recomendam que os clientes sejam orientados à não manusearem as peças, mas isso pode ser contornado com o uso de luvas descartáveis;
  • O restante das peças deve ficar embalado individualmente no estoque, e só ser entregue ao cliente na hora da compra;
  • Lembre-se de dobrar a atenção na limpeza de telas (como o computador), e em objetos de alto contato, como máquinas de cartão – esta deve ser limpa  com álcool gel a cada cliente que a utilizar; Eu gosto sempre de lembrar que temos a opção de usar o pagamento por aproximação e assim nem encostar o cartão na máquina.

Nova forma de atendimento

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O papel do vendedor na nova realidade do comércio se tona ainda mais importante. Com todas essas medidas de higiene já mencionadas, e ainda outras restrições apontadas abaixo, é importante  que mesmo assim os vendedores e atendentes façam com que seus clientes se sintam bem-vindos e à vontade. Apesar da distância física de 1 metro e meio, eles devem estar dispostos a conversar  e tirar dúvidas de forma educada e simpática. Listei algumas dicas sobre atendimento:

  • Restringir o número de clientes por vez dentro das lojas, medida extremamente necessária na primeira etapa de reabertura e que impacta diretamente na estrutura de equipe e atendimento. podemos ver o copo cheio e pensar que assim é possível dar e receber muito mais atenção do vendedor, né? Na Europa, fala-se de 1 cliente a cada 30 m2, mas vemos que países latinos, como a Argentina, adaptaram para 1 cliente para  15 m2.
  • Outras solução é aderir ao atendimento com hora marcada. Essa é uma boa estratégia principalmente para negócios com posicionamento mais premium, se tornando inclusive um diferencial de atendimento. Essa também é uma boa indicação para lojas que têm grupos de risco como seu público-alvo;
  • Criar uma área de espera na parte de fora da sua loja pode ser uma oportunidade de ter um pouco de humanidade nesse novo formato de atendimento. Pode ser um longe bonitinho com café, revistas, livros e etc… lembrando que o espaço não pode ser muito grande pois você não deve ter muitas pessoas esperando ara entrar. No máximo 2 lugares.

Provador e trocas

Um dos maiores desafios do comércio de moda nos primeiros momentos de reabertura será, sem dúvidas, os provadores e trocas de peças. Alguns especialistas indicam manter os provadores fechados temporariamente, enquanto outros sugerem que mantenham apenas um aberto, que seja frequentemente higienizado, e neste caso, uma peça fechada do estoque seja disponibilizada para o cliente experimentar. Se você optar por isso, a recomendação é que as peças experimentadas que não forem compradas sejam postas em uma “quarentena”  de até 5 dias, e higienizadas com vaporizadores ou ferros de passar, antes de embaladas e guardadas no estoque novamente.

O mesmo vale para trocar. Algumas marcas que estão optando por fecharem seus provadores, estão, também, extendendo seus prazos de troca – essa prática pode ser adotada de toda forma, especialmente nas primeiras fases de reabertura, onde existe a possibilidade da quarentena ser implementada novamente. Assim como as peças experimentadas nas lojas, aquelas que forem devolvidas devem ser higienizadas após alguns dias em “quarentena”. Algumas dicas para amenizar o impacto da falta de provadores e de troca:

  • Expor fotos das peças vestidas, em modelos (que normalmente o fabricante disponibiliza ou você dona da loja sendo a modelo), coloque-as junto aos itens, crie um mural na loja… isso dará uma ideia  de como ela fica no corpo;
  • A equipe também deverá ter um conhecimento mais aprofundado das peças comercializadas, podendo explicá-la para os consumidores – aí vemos a importância dos treinamentos de consultoria de imagem para a equipe de vendas! rs
  • Tenha uma tabela com os seus padrões de tamanho dentro da loja. É comum encontrar as medidas de P, M, e G, por exemplo em e-commerces, mas tê-las nas lojas físicas também pode ajudar;
  • Caso você opte pelos provadores abertos, garanta que um protocolo rigoroso de higiene está sendo implementado;
  • Para lojas de calçados, ofereça meias ou protetores de pé descartáveis para seus clientes experimentarem os sapatos;
  • Outra opção é colocar mais manequins nas lojas, mostrando a peça “vestida”;

Enfim, não é uma adaptação fácil eu sei, mas meu papel como pessoa que empreende há anos e já esteve no varejo, é ajudá-las a clarear as ideias e enxergar as reais necessidades do seu negócio.

Se sua equipe está desmotivada, perdida nesse novo comportamento, podemos conversar e traçar um treinamento online para ajudá-los nessa fase de transição. Manter a equipe ativa, viva e engajada nas vendas será de suma importância para a sobrevivência do varejo de moda!

Imagens: Reprodução

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