VESTIR É COMUNICAR

Beleza-imagem pessoal

A verdadeira beleza moderna não se encaixa em regras antigas

Essa semana eu me deparei com uma notícia no mínimo curiosa. Pela newsletter do The News eu soube que O Boticário anunciou tirar de toda a sua comunicação as palavras “normal” e “perfeito”. Será que chegamos ao fim dos padrões de beleza? Segundo a marca, essas são expressões que contribuem para a busca de um padrão inalcançável de beleza, além de incentivarem a discriminação — o que classificaria um tipo de pele como normal?

A verdadeira beleza moderna não se encaixa em regras antigas, e disso as mulheres já sabem, mas é de extrema importância e relevância quando os players do mercado se posicionam a respeito.

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Desde o início do blog, lá em 2011 (infelizmente não tenho os arquivos para recuperar os posts!) eu prezo por trazer esse olhar de moda e estilo que foge do padrão, das regras e dos conceitos que nos limitam.

Quando eu trabalhava com Direito e postava meus looks formais, buscava trazer inspirações e dicas para que a roupa fosse mais representativa e menos escrava de um cargo. Nunca entendi porque certas cores não entravam no escritório e fazia essa “rebeldia” acontecer, ainda que de forma comedida.

Sempre acreditei que a verdadeira beleza moderna não se encaixa em regras antigas porque são padrões que as mulheres mesmo não gostavam de seguir, mas estavam sem opções e sem identidade diante da mídia que existia e predominava até então. Com a chegada doa internet e dos blogs, o conteúdo de tornou mais pessoal e trouxe – enfim – representatividade para todas.

Quem pega metrô e ônibus para ir ao trabalho sabe que o salto alto não é uma opção, mas as revistas nos mostravam que só assim ficaríamos elegantes (tanto que até hoje eu ainda recebo clientes pedindo para ficarem elegantes sem salto, ou ainda, mulheres que não conseguem deixar de usar salto por se verem menos bonitas). Esse público estava à margem do que Vogue, Elle, Manequim, Claudia e tantas outras revistas que enchiam as bancas no começo dos anos 2000 pregavam.

Passada mais de duas décadas de conteúdo digital online, escrito e produzido em primeira pessoa, podemos ver que uma verdadeira revolução aconteceu! Hoje o empoderamento feminino já é uma realidade, tomamos espaços, criamos nossa voz e temos expressão. Mas não é o tudo.

Como poderemos saber se realmente chegamos ao fim dos padrões de beleza? Acredito que essa seja uma questão bastante complexa se pensarmos que ainda vivemos num sistema capitalista e MUITAS marcas ganham em cima dessa busca por uma beleza inalcançável. 

Não sei se chegaremos de fato a esse marco, contudo vejo que a desconstrução é um conceito mais real e factível a cada dia, e que isso sim vai estabelecer uma nova forma de comunicar beleza com as mulheres.

Sejam marcas que já existem e irão optar por um novo posicionamento, buscando encontrar essa consumidora que não se sente representada, sejam novas marcas que já nascem focadas em falar como a verdadeira beleza moderna não se encaixa em regras antigas.

Quando eu falo de beleza moderna, inclusive, me refiro à mulher moderna, contemporânea, que já entendeu o seu espaço no mundo e a importância de sua voz. Não é um conceito novo de beleza, mas uma mulher nova (na verdade vejo até que é a mesma mulher de sempre, contudo agora ela pode se expressar e falar o que pensa), que pede por uma reformulação nos conceitos e exigências quanto à sua estética.

No fim das contas eu só vejo vantagens e fico feliz por vivermos esse momento da história. Sim, não se enganem, ta desafiador viver no mundo politizado e polarizado, mas nossa geração faz parte da mudança e tudo isso fará parte da história que nossos filhos irão estudar em breve!

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