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dolce e gabbana não usará mais peles
Moda

A sustentabilidade chega ao mercado de luxo

Essa semana recebi a notícia de que a Dolce & Gabbana não usará mais peles de animais em suas coleções. Fiquei bastante feliz, impactada e reflexiva a respeito. Muitos são os pontos que trazem esse tema, tão relevante, à tona, mas o fato de ver que a sustentabilidade chega ao mercado de luxo nos mostra que caminhamos para mudanças significativas no que entendemos – ou como entendemos – luxo.

Até pouco tempo atrás o luxo estava relacionado tão somente ao que uma pessoa podia ter, que era exclusivo e inacessível. Hoje, com a explosão de casos de burnout e estafas mentais acontecendo cada vez mais cedo, percebemos que o luxo tomou novas formas. Dessa forma, chique mesmo é ter tempo, poder trabalhar com algo que te faça feliz e desfrutar de inteligência emocional! Assim, nos tornamos pessoas mais conscientes e que exigem das marcas uma atitude positiva sobre o mundo em que vivemos.

dolce e gabbana não usará mais peles

A indústria da moda, uma das maiores poluentes do planeta não ficou de fora dessa cobrança, muito pelo contrário, ela tem sido cada vez mais atacada por ter cadeias produtivas que não apenas degradam o meio ambiente, como ainda escraviza e coloca seres humanos em condições degradantes de trabalho (vide caso do Rana Plaza, onde 3mil pessoas morreram). Parece fake news u notícia do século XVIII, mas é real e recente.

Assim, com o passar do tempo cada vez mais marcas grandes e de impacto no mercado tomaram para si a importância de reverem seu posicionamento, na clara tentativa de manter uma imagem inabalável (estamos falando de mercado de luxo gente, imagem é tudo), mas também de atrair os novos consumidores, as gerações Y e Z que são altamente exigentes quanto a valores e princípios. Muitos desses jovens afirmam que preferem consumir de marcas conscientes, ainda que os produtos sejam mais caros. E se pararmos para pensar que os jovens orientais (chineses, coreanos e demais asiáticos) são grande parte dos clientes das marcas de luxo, é natural entender o movimento feito por essa indústria.

Da mesma forma, aderindo ao movimento “fur-free” (em português, livre de pele), a marca italiana Dolce & Gabanna não usará mais peles de animais em suas produções.

Preservando o profissionalismo dos mestres peleteiros, a empresa investirá na criação de vestuário e acessórios “eco-leather” — alternativa sustentável de peles artificiais, com materiais reciclados e recicláveis. É um marco importante vermos que a sustentabilidade chega ao mercado de luxo.

“Todo o sistema da moda tem uma responsabilidade social significativa que precisa ser promovida e encorajada”, afirmou o oficial de comunicação e marketing do grupo, Fedele Usai.

O movimento teve início com a estilista Stella McCartney, que desde o lançamento da sua marca — em 2001 —, recusa-se a usar pele e couro de animais. Seguindo o exemplo, anos depois, nomes como Chanel, Versace, Valentino e Moncler já se comprometeram a fazer o mesmo.

Em 2001, a Stella estava sozinha mas, 20 anos depois, as marcas que não seguirem a tendência, poderão ter dificuldade em conquistar o público mais jovem. Lembra do #SaveRalph? Parece que surtiu efeito.

Vale lembrar que Stella tem ao seu lado um nome de peso, nossa musa Gisele é fiel parceira da marca e já apareceu em diversos eventos importantes usando modelos Stella Mccartney feitos de maneira 100% sustentável.

a sustentabilidade chega ao mercado de luxo

Se há 20 anos atrás Gisele era atacada por manifestantes do PETA em desfiles da Victorias Secrets, sabemos que hoje ela é uma das mulheres mais engajadas nas causas ambientais e seus posicionamento de marca é totalmente focado em falar de hábitos e soluções para um mundo mais sadio e sustentável.

Em retrospecto rápido, fica fácil de perceber que a sustentabilidade chega ao mercado de luxo por duas portas: a dos interesses comerciais das marcas (não podemos fingir que esse cenário não existe) e a da transformação que acontece na mentalidade das pessoas cada vez que podemos ter mais acesso à informação.

Dizer que Dolce e Gabbana não usará mais peles de animais em suas produções pode até ofender seus clientes mais tradicionais e que preservam o luxo aristocrático acima de qualquer outro interesse. Todavia, existe um verdadeiro universo de valor de marca que se conquista pela IMAGEM, que está nas redes sociais e principalmente, na carteira dos novos consumidores.

Êta geração Z…. to prontinha aqui só no aguardo de todas essas mudanças que vocês prometem!

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